Gwarach-y-Rhibyn
O significado do nome Gwrach-y-rhibyn, literalmente é "Bruxa da
Bruma" mas é mais comumente chamada de "Bruxa da Baba". Dizem que parece
com uma velha horrenda, toda desgrenhada, de nariz adunco, olhos
penetrantes e dentes semelhantes a presas. De braços compridos e dedos
com longas garras, tem na corcunda duas asas negras escamosas, coriáceas
como a de um morcego. Por mais diferente que ela seja da adorável
banshee irlandesa, a Bruxa da Baba do País de Gales lamenta e chora
quando cumpre funções semelhantes, prevendo a morte. Acredita-se que a
medonha aparição sirva de emissária principalmente às antigas famílias
galesas. Alguns habitantes de Gales até dizem ter visto a cara dessa
górgona; outros conhecem a velha agourenta apenas por marcas de garras
nas janelas ou por um bater de asas, grandes demais para pertencer a um
pássaro.
Uma antiga família que teria sido assombrada pela Gwrach-y-rhibyn
foi a dos Stardling, do sul de Gales. Por setecentos anos, até meados do
século XVIII, os Stardling ocuparam o Castelo de São Donato, no litoral
de Glamorgan. A família acabou por perder a propriedade, mas parece que
a Bruxa da Baba continuou associando São Donato aos Stardling.
Uma noite, um hóspede do Castelo acordou com o som de uma mulher se
lamuriando e gemendo abaixo de sua janela. Olhou para fora, mas a
escuridão envolvia tudo. Em seguida ouviu o bater de asas imensas. Os
misteriosos sons assustaram tanto o visitante que este voltou para cama,
não sem antes acender uma lâmpada que ficaria acesa até o amanhecer. Na
manhã seguinte, indagando se mais alguém havia ouvido tais barulhos, a
sua anfitriã confirmou os sons e disse que seriam de uma
Gwrach-y-rhibyn que estava avisando de uma morte na família Stardling.
Mesmo sem haver um membro da família morando mais no casarão, a velha
bruxa continuava a visitar a casa que um dia fora dos Stardling. Naquele
mesmo dia, ficou-se sabendo que o último descendente direto da família
estava morto.
Bruna Stoppa
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Tesouro macabro
A história que contarei a seguir é sobre dois amigos de infância, Pablo e José. Os dois eram mexicanos e andarilhavam em direção de San Juan, um pequeno vilarejo na província de Chiapas.
Estava chovendo muito e os cavalos já estavam inquietos. Pablo observara uma caverna em meio às árvores e exclamou: "Veja José, uma gruta seca. Vamos usá-la como abrigo até a chuva passar." José não titubeou e seguiu seu amigo até a tal gruta. Lá dentro, os dois se abrigaram e acomodaram os cavalos. A caverna era gelada e José sentiu um calafrio que percorreu sua espinha. "Vamos sair daqui Pablo, esta caverna me dá arrepios." Balbuciou José tremendo de frio e medo. "Bobagem! Lá fora podemos até morrer naquele temporal. Aqui nós estamos secos e seguros."Retrucou Pablo.
A chuva não dava nem um sinal de cessar. José estava impaciente e Pablo curioso com a caverna. "Vamos lá para o fundo, estaremos mais seguros lá." Entusiasmou-se Pablo. "Estas louco homem, podemos nos perder naquela escuridão." Protestou José. "Covarde! Vamos lá, seja homem pelo menos uma vez nessa sua vida." Ameaçou Pablo com um sorriso sarcástico. Mesmo temendo pela sua própria vida, José segue o amigo até o fundo da caverna. Pablo, indo na frente, acende um fósforo e se surpreende com o que vê. Jogado ao chão, milhares de moedas de ouro e prata e até algumas jóias que refletiam a luz do fósforo. Junto delas, um esqueleto humano. Pablo dá uma gargalhada e grita."Estamos ricos José, ou melhor, estou rico José!" Virando-se imediatamente para o amigo e apontando a garrucha diretamente para a testa dele. Pablo dá um sorriso e vê o pavor do amigo que suplica."Não Pablo, pelo amor de Deus... nós somos amig...." E um estrondo interrompe a voz de José. Com um tiro certeiro, Pablo espalha os miolos do amigo no chão... "He, he, he...agora o ouro é só meu, todo meu." Recolhendo o tesouro e colocando-o num saco, Pablo já vai até pensando no que fazer com o dinheiro.
O tempo passa e a chuva também. Com o tesouro devidamente embalado, Pablo sai da caverna sorrindo e gozando do cadáver do amigo."Pena que você não poderá se divertir com este dinheiro companheiro." Pablo coloca o saco com o tesouro no lombo do cavalo e ruma para o vilarejo. Chegando lá, ele vai diretamente para uma pensão contabilizar o seu achado. Euforicamente, Pablo sobe para o seu quarto mal podendo conter sua alegria. Já no quarto, o homem tranca a porta e joga o saco no chão. Ao abri-lo, Pablo depara-se com uma cena inesperada e pavorosa. "Não, não pode ser !!!" Agoniza o coitado. Ao invés do tesouro, ele encontrou o cadáver rígido de seu amigo José.
Bruna Stoppa
A história que contarei a seguir é sobre dois amigos de infância, Pablo e José. Os dois eram mexicanos e andarilhavam em direção de San Juan, um pequeno vilarejo na província de Chiapas.
Estava chovendo muito e os cavalos já estavam inquietos. Pablo observara uma caverna em meio às árvores e exclamou: "Veja José, uma gruta seca. Vamos usá-la como abrigo até a chuva passar." José não titubeou e seguiu seu amigo até a tal gruta. Lá dentro, os dois se abrigaram e acomodaram os cavalos. A caverna era gelada e José sentiu um calafrio que percorreu sua espinha. "Vamos sair daqui Pablo, esta caverna me dá arrepios." Balbuciou José tremendo de frio e medo. "Bobagem! Lá fora podemos até morrer naquele temporal. Aqui nós estamos secos e seguros."Retrucou Pablo.
A chuva não dava nem um sinal de cessar. José estava impaciente e Pablo curioso com a caverna. "Vamos lá para o fundo, estaremos mais seguros lá." Entusiasmou-se Pablo. "Estas louco homem, podemos nos perder naquela escuridão." Protestou José. "Covarde! Vamos lá, seja homem pelo menos uma vez nessa sua vida." Ameaçou Pablo com um sorriso sarcástico. Mesmo temendo pela sua própria vida, José segue o amigo até o fundo da caverna. Pablo, indo na frente, acende um fósforo e se surpreende com o que vê. Jogado ao chão, milhares de moedas de ouro e prata e até algumas jóias que refletiam a luz do fósforo. Junto delas, um esqueleto humano. Pablo dá uma gargalhada e grita."Estamos ricos José, ou melhor, estou rico José!" Virando-se imediatamente para o amigo e apontando a garrucha diretamente para a testa dele. Pablo dá um sorriso e vê o pavor do amigo que suplica."Não Pablo, pelo amor de Deus... nós somos amig...." E um estrondo interrompe a voz de José. Com um tiro certeiro, Pablo espalha os miolos do amigo no chão... "He, he, he...agora o ouro é só meu, todo meu." Recolhendo o tesouro e colocando-o num saco, Pablo já vai até pensando no que fazer com o dinheiro.
O tempo passa e a chuva também. Com o tesouro devidamente embalado, Pablo sai da caverna sorrindo e gozando do cadáver do amigo."Pena que você não poderá se divertir com este dinheiro companheiro." Pablo coloca o saco com o tesouro no lombo do cavalo e ruma para o vilarejo. Chegando lá, ele vai diretamente para uma pensão contabilizar o seu achado. Euforicamente, Pablo sobe para o seu quarto mal podendo conter sua alegria. Já no quarto, o homem tranca a porta e joga o saco no chão. Ao abri-lo, Pablo depara-se com uma cena inesperada e pavorosa. "Não, não pode ser !!!" Agoniza o coitado. Ao invés do tesouro, ele encontrou o cadáver rígido de seu amigo José.
Bruna Stoppa
O Mosteiro de Satanás
1952, quinta feira, dia 23 de dezembro. Leonel sai de casa para passar o natal com a família no Rio de Janeiro. Nas estradas mineiras chovia como ele nunca tinha visto antes. Sozinho no carro Leonel sentiu um calafrio como se estivesse prestes a morrer. Na mesma hora ele parou o carro. Começou a sentir febre e a suar frio. Na estrada não passava um veículo e a chuva tinha apertado mais. Quase cego com a tempestade Leonel avista uma luminosidade não muito longe dali. Caminhando com dificuldade o pobre homem chega até o portão do queparecia ser um mosteiro franciscano . Ele bate na porta e grita por ajuda mas desmaia antes dela chegar.
Leonel acorda com muita dor de cabeça em um quarto escuro. Ele estava deitado numa cama simples e pela janela podia ver que a chuva não havia reduzido. Quando tentou levantar-se da cama a porta se abre e um homem alto vestido de monge entra no quarto. "Você deve deixar o mosteiro imediatamente." falou, com uma voz preocupada. "Estou doente, não podem me mandar embora deste jeito, por favor deixe-me ficar.", agonizou Leonel quase chorando. O monge não disse mais nada e se retirou do recinto. Preocupado em ter que ir embora Leonel se levanta e sai do quarto sorrateiramente. O lugar mais parecia um calabouço medieval. O coitado não sabia o que fazer. Por instinto Leonel desce as escadas da masmorra. Uma voz o chama. Ela vem de uma cela, a porta está trancada e pela pequena grade um homem magro de cavanhaque conversa com Leonel. "Amigo, você precisa me ajudar. Esses monges me prenderam aqui e me torturam quase diariamente. E eles farão isso com você também se não fugirmos logo. Por fa..."Antes do sujeito concluir o monge alto grita com Leonel. "Saia daí!!!" agarrando-o pelo braço o monge arrasta o enfermo rapaz escada acima. O pobre Leonel não tinha forças para reagir e foi levado facilmente.
Já em uma sala gigantesca repleta de monges Leonel se vê como um réu sendo julgado. O franciscano que parecia o líder falou. "Rapaz, você deve ir embora imediatamente. Foi um erro nosso tê-lo deixado entrar aqui. Sabemos do seu estado de saúde mas não podemos deixá-lo ficar". Leonel mal ouviu o homem e desmaiou novamente. O infeliz viajante acorda mais uma vez na masmorra.
A porta do quarto estava aberta e Leonel sai a procura do homem que estava preso no andar de baixo. Sem vigília, ele consegue chegar até a cela do magrelo. Mal se aproxima e Leonel é surpreendido com o sujeito na pequena grade já pedindo ajuda. “Por favor, me tire daqui. Eles vão nos torturar, eles são de uma seita maligna. São adoradores de Satanás.” Tremendo como uma vara verde em dia de chuva, Leonel corre atéum pequeno depósito em busca de uma ferramenta capaz de abrir a cela. Minutos depois ele retorna com um imenso pé de cabra.
Com um pouco de esforço a porta é arrombada. O sujeito magro sai correndo da cela e rindo como se uma piada hilária tivesse acabada de ter sido contada. Sem saber do que se tratava, Leonel corre também, mas dá de cara com um monge de quase dois metros de altura. “ O que você acaba de fazer, maldito?!” Rugiu o franciscano. “Me solte! Me solte seu filho de Satanás!” Gritava Leonel tentando se soltar do agarrão do monge. Com um olhar de temor e raiva o homem alto encara o pobre Leonel... “Você não sabe o que fez... sua vida está condenada agora. Você acaba de libertar o próprio Satanás. E ele fará de você o seu servo predileto. Sua alma será dele”. Logo após o monge ter terminado de falar Leonel dá um grito de pavor... seu último grito de pavor. Naquele instante o pobre e inocente viajante acaba de ter um fulminante ataque cardíaco que levou sua alma literalmente para os quintos dos Infernos, ao lado do, agora, seu eterno mestre, Satanás.
Bruna Stoppa
1952, quinta feira, dia 23 de dezembro. Leonel sai de casa para passar o natal com a família no Rio de Janeiro. Nas estradas mineiras chovia como ele nunca tinha visto antes. Sozinho no carro Leonel sentiu um calafrio como se estivesse prestes a morrer. Na mesma hora ele parou o carro. Começou a sentir febre e a suar frio. Na estrada não passava um veículo e a chuva tinha apertado mais. Quase cego com a tempestade Leonel avista uma luminosidade não muito longe dali. Caminhando com dificuldade o pobre homem chega até o portão do queparecia ser um mosteiro franciscano . Ele bate na porta e grita por ajuda mas desmaia antes dela chegar.
Leonel acorda com muita dor de cabeça em um quarto escuro. Ele estava deitado numa cama simples e pela janela podia ver que a chuva não havia reduzido. Quando tentou levantar-se da cama a porta se abre e um homem alto vestido de monge entra no quarto. "Você deve deixar o mosteiro imediatamente." falou, com uma voz preocupada. "Estou doente, não podem me mandar embora deste jeito, por favor deixe-me ficar.", agonizou Leonel quase chorando. O monge não disse mais nada e se retirou do recinto. Preocupado em ter que ir embora Leonel se levanta e sai do quarto sorrateiramente. O lugar mais parecia um calabouço medieval. O coitado não sabia o que fazer. Por instinto Leonel desce as escadas da masmorra. Uma voz o chama. Ela vem de uma cela, a porta está trancada e pela pequena grade um homem magro de cavanhaque conversa com Leonel. "Amigo, você precisa me ajudar. Esses monges me prenderam aqui e me torturam quase diariamente. E eles farão isso com você também se não fugirmos logo. Por fa..."Antes do sujeito concluir o monge alto grita com Leonel. "Saia daí!!!" agarrando-o pelo braço o monge arrasta o enfermo rapaz escada acima. O pobre Leonel não tinha forças para reagir e foi levado facilmente.
Já em uma sala gigantesca repleta de monges Leonel se vê como um réu sendo julgado. O franciscano que parecia o líder falou. "Rapaz, você deve ir embora imediatamente. Foi um erro nosso tê-lo deixado entrar aqui. Sabemos do seu estado de saúde mas não podemos deixá-lo ficar". Leonel mal ouviu o homem e desmaiou novamente. O infeliz viajante acorda mais uma vez na masmorra.
A porta do quarto estava aberta e Leonel sai a procura do homem que estava preso no andar de baixo. Sem vigília, ele consegue chegar até a cela do magrelo. Mal se aproxima e Leonel é surpreendido com o sujeito na pequena grade já pedindo ajuda. “Por favor, me tire daqui. Eles vão nos torturar, eles são de uma seita maligna. São adoradores de Satanás.” Tremendo como uma vara verde em dia de chuva, Leonel corre atéum pequeno depósito em busca de uma ferramenta capaz de abrir a cela. Minutos depois ele retorna com um imenso pé de cabra.
Com um pouco de esforço a porta é arrombada. O sujeito magro sai correndo da cela e rindo como se uma piada hilária tivesse acabada de ter sido contada. Sem saber do que se tratava, Leonel corre também, mas dá de cara com um monge de quase dois metros de altura. “ O que você acaba de fazer, maldito?!” Rugiu o franciscano. “Me solte! Me solte seu filho de Satanás!” Gritava Leonel tentando se soltar do agarrão do monge. Com um olhar de temor e raiva o homem alto encara o pobre Leonel... “Você não sabe o que fez... sua vida está condenada agora. Você acaba de libertar o próprio Satanás. E ele fará de você o seu servo predileto. Sua alma será dele”. Logo após o monge ter terminado de falar Leonel dá um grito de pavor... seu último grito de pavor. Naquele instante o pobre e inocente viajante acaba de ter um fulminante ataque cardíaco que levou sua alma literalmente para os quintos dos Infernos, ao lado do, agora, seu eterno mestre, Satanás.
Bruna Stoppa
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